Dia do Matemático: Uma Homenagem ao Prof. Ubiratan D’Ambrósio
26 de agosto, o Dia Nacional do Matemático e –
com um acréscimo meu – do Educador Matemático. Por isso, nada melhor do que
falarmos de um grande intelectual e acadêmico brasileiro: Prof. Dr. Ubiratan D’Ambrósio,
matemático, educador matemático, historiador da matemática e pioneiro nos
estudos e pesquisas em Etnomatemática, que, infelizmente, perdemos em 12 de
maio deste ano, a mesma data do Dia Internacional das Mulheres na Matemática.
D’Ambrósio iniciou sua trajetória acadêmica na
graduação em Matemática, na Universidade de São Paulo, em 1952, concluindo o
curso em 1955. Realizou um doutorado, na área de Matemática Pura, na
mesma instituição, entre 1958 e 1963. Escreveu vários livros e recebeu vários
títulos na área.
“Deu aulas na USP, na Escola de Engenharia de São Carlos, na Pontifícia Universidade Católica de Campinas e na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro. Em 1964, foi convidado a ser pesquisador associado na Universidade de Brown, nos Estados Unidos, onde fez o pós-doutorado, seguindo na área de matemática pura. Na Universidade se envolveu também no Departamento de História da Matemática” (COLL, 2021).
Porém muita
coisa mudaria quando ele foi convidado a participar de um projeto de formação
de doutores em Matemática em Mali, na África. Durante o seu tempo lá, D’Ambrósio
começou a perceber como seus povos tradicionais possuíam suas próprias
maneiras de trabalhar com o que podemos de chamar de conhecimentos matemáticos,
mas que não são reconhecidos e contemplados pela Academia Eurocêntrica.
Com
conhecimentos históricos, filosóficos, antropológicos, sociais e culturais, ele
foi um dos pioneiros do Movimento Etnomatemático. “Conforme definiu Ubiratan,
Etnomatemática refere-se às ‘diferentes formas de matemática que são próprias
de grupos culturais’.” (COLL, 2021). Essa nova perspectiva da matemática
permite olhar para as matemáticas de vários povos e culturas, como os povos
originários em nosso país.
D’Ambrósio
recebeu vários títulos e prêmios. “Na Unicamp, recebeu o título de Professor
Emérito em 1995. Em 2001, ganhou o Prêmio Kenneth O. May, da Comissão
Internacional de História da Matemática. Em 2005, recebeu a medalha "Felix
Klein", da Comissão Internacional de Instrução Matemática, considerado o
maior reconhecimento na área da Educação Matemática” (COLL, 2021).
Ubiratan D’Ambrósio
ficará para sempre, na história da educação, ciência e pesquisa brasileira,
como um dos grandes matemáticos e educadores matemáticos da nossa época. Infelizmente, ele nos deixou este ano com 88 anos de vida. O mais triste foi a
negligência da mídia e da imprensa brasileira quanto a este fato. Parece – ou talvez
seja verdade – que valorizamos mais os pesquisadores e cientistas estrangeiros do
que do nosso próprio país. Assim como Paulo Freire, Ubiratan D’Ambrósio é
grande e eterno.
REFERÊNCIAS:
COOL, Liana. Professor Ubiratan D’Ambrosio uniu matemática, educação e busca por justiça social. UNICAMP, 2021. Disponível em <https://jornal.unesp.br/2021/05/13/uma-vida-dedicada-a-educacao-matematica-com-um-olhar-especial-para-os-excluidos/>. Acesso em 26 de outubro de 2021.
MAZZITELLI, Fabio. Uma vida dedicada à educação matemática, com um olhar especial para os excluídos. Jornal da unesp, 2021. Disponível em <https://jornal.unesp.br/2021/05/13/uma-vida-dedicada-a-educacao-matematica-com-um-olhar-especial-para-os-excluidos/>. Acesso em 26 de outubro de 2021.
Nossa, que texto bacana, devemos valorizar muito os nossos cientistas brasileiros, e os da matemática então, aí que deve ser reconhecidíssimo, ainda mais no nosso país onde o maior índice de reprovação no ensino básico é na matemática.
ResponderExcluirSim... Precisamos dar valor aos nossos cientistas!
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